Muitas pessoas acreditam que o mundo espiritual vive um dualismo.
De um lado está Deus, ladeado por Cristo e o Espírito Santo, no alto, com suas legiões de anjos celestiais.
Do outro lado está Satanás reinando no inferno, soberano das trevas, cercado dos seus anjos caídos, como sendo o Deus do mal.
O mundo espiritual não é assim.
Satanás, no inferno, sofre e não sente felicidade em estar lá.
Lúcifer foi criado por uma razão. Dentro da cultura judaica, os querubins eram anjos especiais. Eram dois querubins que foram colocados sobre a arca da aliança. Querubim vem do hebraico כרוב - "keruv" ou do plural כרובים keruvim, que significa abençoado, bendito, protegido. Keruv em hebraico quer dizer repolho, em alusão à idéia de que Deus está rodeado pelos querubins, assim como as folhas do repolho envolvem o seu centro.
O Tempo de Salomão era adornado por esculturas e entalhes de querubins (1ª Reis 6:29, 32 e 35).
Os querubins são os anjos responsáveis pelo louvor celestial.
Dentre eles, a Bíblia refere-se uma única vez a um “querubim ungido”. A unção é a cobertura especial que é representada pelo óleo.
Quando vemos Ezequiel 28:
E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo:
Filho do homem, dize ao príncipe de Tiro: Assim diz o Senhor DEUS: Porquanto o teu coração se elevou e disseste: Eu sou Deus, sobre a cadeira de Deus me assento no meio dos mares; e não passas de homem, e não és Deus, ainda que estimas o teu coração como se fora o coração de Deus;
Eis que tu és mais sábio que Daniel; e não há segredo algum que se possa esconder de ti.
Pela tua sabedoria e pelo teu entendimento alcançaste para ti riquezas, e adquiriste ouro e prata nos teus tesouros.
Pela extensão da tua sabedoria no teu comércio aumentaste as tuas riquezas; e eleva-se o teu coração por causa das tuas riquezas;
Portanto, assim diz o Senhor DEUS: Porquanto estimas o teu coração, como se fora o coração de Deus,
Por isso eis que eu trarei sobre ti estrangeiros, os mais terríveis dentre as nações, os quais desembainharão as suas espadas contra a formosura da tua sabedoria, e mancharão o teu resplendor.
Eles te farão descer à cova e morrerás da morte dos traspassados no meio dos mares.
Acaso dirás ainda diante daquele que te matar: Eu sou Deus? mas tu és homem, e não Deus, na mão do que te traspassa.
Da morte dos incircuncisos morrerás, por mão de estrangeiros, porque eu o falei, diz o Senhor DEUS.
Veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo:
Filho do homem, levanta uma lamentação sobre o rei de Tiro, e dize-lhe: Assim diz o Senhor DEUS: Tu eras o selo da medida, cheio de sabedoria e perfeito em formosura.
Estiveste no Éden, jardim de Deus; de toda a pedra preciosa era a tua cobertura: sardônica, topázio, diamante, turquesa, ônix, jaspe, safira, carbúnculo, esmeralda e ouro; em ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que foste criado foram preparados.
Tu eras o querubim, ungido para cobrir, e te estabeleci; no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas.
Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniqüidade em ti.
Na multiplicação do teu comércio encheram o teu interior de violência, e pecaste; por isso te lancei, profanado, do monte de Deus, e te fiz perecer, ó querubim cobridor, do meio das pedras afogueadas.
Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem para ti.
Pela multidão das tuas iniqüidades, pela injustiça do teu comércio profanaste os teus santuários; eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo, que te consumiu e te tornei em cinza sobre a terra, aos olhos de todos os que te vêem.
Todos os que te conhecem entre os povos estão espantados de ti; em grande espanto te tornaste, e nunca mais subsistirá.
Aqui vemos uma alusão da queda do Rei de Tiro com a queda de Lúcifer. Vemos, no verso 18, que nunca foi vontade de Deus que isso acontecesse com Satanás, mas que Satanás tentou assumir funções para as quais não foi criado.
A grande quantidade de pedras, na verdade, é representante das grandiosas condecorações que Lúcifer ostentava e elas brilhavam muito, pois refletiam a própria glória de Deus.
São essas mesmas pedras que em Êxodo 25 o Senhor determina a Moisés que utilize na construção do santuário.
Em Isaías 14, vemos que o brilho das pedras se apagou, como uma estrela que se apaga na abóbada celeste com o surgimento do Sol.
Ao ser lançado e separado do céu, Lúcifer e seus anjos caídos perdem sua essência, repito, perdem sua essência.
Desde então, surge-lhe uma necessidade, uma busca desenfreada por algo que supra esse vazio que foi-lhe imposto, quando sua essência foi arrancada.
Satanás, então, começa a vagar, buscando algo para preencher o vazio.
Semelhante a um jovem que usa alguma droga, para entorpecer-se do que realmente é, Satanás busca encher-se da posição de preferido, de altíssimo, que pensava ocupar.
É por isso que a coroa da criação (o homem) passa a ser o seu alvo.
Satanás tenta retirar do homem a sua posição.
No Éden, Satanás tenta demonstrar que todos podem ser como Deus e que Deus teme isso, por isso os proíbe de comer, como de Deus se acovardasse da sua própria fragilidade (Gêneses 3:5 “Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.”
Com Jesus, em Mt. 4:3, Satanás busca assumir a posição de Deus provedor (Jeová-Jiré Gn22:14).
Logo em seguida, tenta demonstrar que Deus não seria capaz de movimentar seus anjos para salvar Jesus e que não seria o Senhor dos Exércitos (Jeová-Sabaote 1ª Samuel 1:3).
Como última tentação daquele dia, Satanás tenta demonstrar que Deus não é o todo poderoso, soberano dentre as nações. Para isso, oferece os reinos do mundo e a glória deles. Tirando de Deus o título de El-Shadai (Gen 17:3).
Como última tentação, contra Cristo, incita-o a descer da cruz em Mateus 27:40, desafiando a Deus a curar-lhe, dizendo que se Jesus fosse o filho de Deus, desceria da cruz e seria curado (frustrando assim o plano divido de Jesus morrer como o cordeiro de Deus) e tirando de Deus a posição de Deus que cura (Jeová-Rafá, Ex. 15:26)
Mas Satanás só consegue observar nossa aparência e aquilo que externamos, somente Deus esquadrinha o nosso coração.
Nas semanas anteriores, vimos a armadura da fé, em todos os seus complementos. Vimos que quando ela cobre uma pessoa, não há seta do inimigo que a atinja. Vimos não só isso, mas que essa também é uma armadura que permite o ataque no campo espiritual, ou seja, uma armadura que nos dá a certeza e nos incentiva a lutar pelo Senhor.
Todavia, muitas vezes, permitimo-nos não vestir a armadura de Deus.
Ao fazermos isso, lutamos com nossas próprias armas e estamos sujeitos aos ataques.
Mesmo quando nos imbuímos da armadura, podem haver pontos onde nós a deixamos mal ajustada e esses são os pontos onde Satanás nos atacará.
Mas em uma batalha espiritual como essa, precisamos entender que a luta não é nossa, somos soldados sob o comando do grande general, Cristo Jesus, o que vem com legiões celestiais para definitivamente derrotar o inimigo.
Nossa vitória depende do quanto dedicados à obedecer a ordem do nosso comandante estamos.
Ainda que exista uma brecha para um ataque do inimigo sobre a vida do irmão, enquanto ele tiver o sopro de vida, é possível que o senhor verta o seu bálsamo, sarando-lhe as feridas, fazendo com que o seu soldado ferido saia vitorioso.
É por isso que devemos buscar os pontos de fraqueza da nossa armadura.
Em que estamos fracos?
Em que ponto não estamos cobertos pela armadura de Deus?
É por isso que essa música fala tanto comigo:
http://www.youtube.com/watch?v=qQ_tGlPzoFU&feature=related