“A Nova Roupa Do Rei” é uma obra muito interessante, escrita por Hans Christian Andersen. Ela nos traz um claro reflexo sobre a vida humana.
A história é bem conhecida e em resumo se trata de um rei que contata um caro alfaiate para fazer-lhe uma roupa especial. Deveria ser a roupa mais digna para o soberano e este desfilaria com a sua indumentária diante de todos os seus súditos.
Começam os trabalhos e o rei, a cada pouco, acompanhava a confecção, mas via o movimento do costureiro e não via o tecido.
Ao indagar o costureiro sobre a roupa invisível, o rei houve como resposta que apenas os sábios poderiam ver a roupa.
Por vergonha de não reconhecer a sua condição de não ver a roupa o rei se cala e, quando o costureiro informa que terminou seu serviço, o rei “veste” seu traje e desfila.
Várias pessoas comentam a roupa, proferindo inclusive elogios. O rei se contenta em si mesmo e segue seu percurso.
Até que um pequenino, uma voz de resistência, uma criança grita:
-“O rei está nu.”
O grito é ouvido por todos, o rei se encolhe, suspeitando que a afirmação é verdadeira, mas mantém-se orgulhosamente e continua a procissão.
Assim vejo a vida.
Muitas vezes, notamos que tal fato é pecado, que é uma roupa invisível.
Mas a sociedade, o status, o meio e a nossa falta de compromisso nos levam a não se importar e a aceitar aquela realidade que sabemos que é falsa.
Fazemos de conta que aquela mentira que estamos vivendo é uma verdade, e o pior, chega um instante em que começamos a achar natural aquela conduta que, antes, nos parecia errada.
Passamos, então, a conviver com tal pecado e chega um momento em que estamos tão familiarizados com ele que o trazemos a público. E muitos dos que nos cercam, não expõem o nosso erro e não nos confrontam.
Até que alguém levanta a voz profética, aquela voz que, solitária, fala o óbvio, mas que ninguém teve coragem de falar.
É aí que a máscara cai e todos notam que o rei está nu.
É aí que o pecado é trazido às claras.
Diante disso, temos duas opções.
A primeira, sustentamos nossa vergonha, permanecemos sendo motivo de chacota e vivendo um status falso, podre, sepulcro caiado, lindo por fora, vazio e morto por dentro. Mantemos nosso título real, mas o rei sem realeza é nada.
A segunda, deixamos a coroa a quem é digno (Apocalipse 4:9-11), devolvemos a majestade a quem pagou alto preço por ela, reconhecemos a nossa posição, corrigimos o nosso erro, notamos que também somos súditos de um rei maior, ovelhas de um pastor maior e Ele, que é Digno, nos traz a redenção.
A minha oração neste dia é que você possa perceber e se posicionar diante do pecado, antes que ele aconteça na sua vida.
Mas se ele acontecer, você possa ter a consciência de corrigi-lo, antes de ser exposto ao ridículo.
E se isso ainda não for possível, que você tenha a humildade mínima suficiente para reclinar a sua cabeça e reconhecer o seu erro e o Senhor te abençoará.