Muitas vezes o diálogo entre a teologia e a cientificidade são encaradas de forma antagônica porque a ciência se baseia no empirismo, a experimentação e a comprovação através da reprodução, o velho método científico, onde, qualquer experiência reproduzida dentro das mesmas condições de temperatura, pressão e metodoogia, chega-se ao mesmo resultado.
A ciência pensa que as razões que levam uma pessoa a crer em algo é uma auto-necessidade, nesta visão, não precisamos de Deus, mas o criamos para termos algo em que crer. É a máxima do pensador iluminista François Marie Arouet - Voltaire - "Se Deus não existisse, seria necessário inventá-lo".
A ciência tenta refutar as origens das crenças, para demonstrar a sua falsidade, mas esquece que mesmo que fosse verdade que a crença na existência de Deus fosse produto de medo ou ansiedade, uma mera utopia ou falácia, numa crença errônea de que a ciência poderia explicar tudo.
A ciência esquece que as suas próprias suposições são pressupostos e que é necessária uma crença na ciência para referendá-la.
E não é porque juntamos duas falácias que uma delas é verdadeira.
Há uma série de questões que a ciência não consegue explicar sem partirmos de pressupostos de crença, mas que racionalizamos a aceitação. Por exemplo:
· As verdades lógicas e matemáticas não podem ser explicadas, pois elas são o princípio da explicação científica.
· Será que não sou o único do Universo e tudo o que há de mais é fruto da minha mente?
· Se o átomo é vazio (visto a distância entre o núcleo e os elétrons), há alguma coisa concreta?
· O mundo não foi criado um segundo antes de eu nascer, mas com formato de velho?
· O que é moral, ético ou correto?
· O que é belo?
· Se a guerra é ruim e o sexo prazeroso, porque uma fotografia sobre a guerra ganha prêmios e é publicada nos jornais, mas uma imagem sexual tem sua veiculação restrita?
Nenhuma dessas questões pode ser explicada pelo método científico.
A própria ciência não se explica pelo método científico. A teoria da relatividade (Eisnten, Albert - 1905), seja no escopo geral ou restrita, só é verdadeira se partimos do pressuposto (porque a ciência não aceita que seja chamado de crença) de que a luz é uma constante entre os pontos A e B, o que é admitido, mas não provado cientificamente. Qualquer observador do espaço sideral sabe que condições especiais de pressão curvam a luz, como em um buraco negro. Assim, é a luz uma constante? Não pelo método científico.
Dessa forma e por fim, não há diferença no exercício de crer na ciência ou em Deus, a única diferença é no resultado final desse exercício.
Pessoalmente, opto pela fé em Deus, porque, pela crença (ou fé) tenho experimentado sinais de que essa fé é verdadeira e Deus é um Deus vivo.
Estamos acostumados a viver como antagônicos o pensamento científico e teológico, o que não deve ocorrer. Devemos olhar para ambos, cada um em sua esfera de atuação, como pensamentos complementares. Ver as questões da fé pelos olhos da fé e as questões da ciência pelo olhar científico evita os radicalismos de ambos os lados, criando uma sociedade melhor.
Assim, deixamos de buscar culpados e errados, não há encobrimentos ou imposições e sim respeito permitindo a todos que conheçam ambas as verdades e optem por esta ou aquela. Afinal, nossa missão é falar a toda criatura, mas a crença não é nossa responsabilidade, visto que isso é dom de Deus.